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Muitas coisas sobre nós podemos mudar, como nossas atitudes, comportamentos, higiene pessoal, entre outras. No entanto, há aspectos que não podemos alterar, como nossas características físicas, nossa herança familiar e o período histórico em que nascemos. Como, então, podemos aceitar aquilo que não podemos mudar? Devemos entender que fomos criados segundo o desígnio perfeito de Deus, e que esse plano visa cumprir Seus propósitos.
“Ó Senhor, Tu és nosso Pai; nós somos o barro, e Tu és o nosso oleiro; todos nós somos obra das Tuas mãos” (Isaías 64:8).
Nossa atitude em relação a nós mesmos tem um impacto profundo em nossas atitudes em relação a Deus, à nossa família, aos nossos amigos e ao nosso futuro. A autoaceitação nos liberta da comparação com os outros, à medida que reconhecemos a bondade de Deus e Seus propósitos em nosso projeto de vida.
Compreendendo as chaves para a autoaceitação
A base da autoaceitação é confiar que Deus nos moldou pessoalmente, de acordo com Seu amor e sabedoria. A autoaceitação surge do reconhecimento de que Deus começou Seu trabalho de criação em nós e que Ele completará Sua obra, moldando-nos conforme o caráter de Jesus Cristo (ver Romanos 8:28–30).
Aceitar o desígnio de Deus para nossa vida começa quando expressamos gratidão a Ele pela maneira como nos criou, especialmente pelas coisas imutáveis que, talvez, não teríamos escolhido. Essa atitude de gratidão exige uma aceitação verdadeira e diária (pela fé) de tudo o que Deus permite em nossas vidas, com a consciência de que Ele trabalhará todas essas coisas para o nosso bem.
Deus se manifesta através de Sua criação. Portanto, quando rejeitamos a nós mesmos, estamos, na verdade, rejeitando a Deus e Sua obra em nossas vidas. Quando nos sentirmos frustrados com nossas áreas imutáveis, devemos buscar sabedoria em Deus para discernir Seus propósitos para essas áreas. Deus nos ama e nos criou com um propósito especial (ver Salmos 139:13–17).
Aceitar como Deus nos fez é confiar Nele e no plano único que Ele tem para nossas vidas. Até mesmo as fraquezas, limitações ou dificuldades causadas por defeitos de nascença ou pelas falhas de outros podem ser usadas como ferramentas nas mãos de Deus para realizar grandes coisas para o Seu Reino. Ao aceitarmos o desígnio de Deus, seremos capazes de acolher Sua obra em nossas vidas e cooperar com Ele no cumprimento de Seus propósitos.
Quando rejeitamos a nós mesmos, estamos rejeitando a Deus e Sua obra em nossas vidas.
Deus projetou a vida com as seguintes áreas “imutáveis”. Nós não as escolhemos e não podemos mudá-las:
1. Pais - Deus não apenas escolheu os pais que nos trouxeram ao mundo, mas também compreendeu completamente os fatores e as circunstâncias que cercaram nossa formação e nosso nascimento (ver Salmos 139:13–16). Desde a Queda de Adão e Eva, Deus tem trabalhado por meio de pais imperfeitos para cumprir Seus propósitos no mundo. Algumas das fraquezas de seus pais serão transmitidas a você, e, para lidar com isso, Deus concede graça especial para enfrentar as imperfeições (ver 2 Coríntios 12:9).
2. Características físicas - Deus prescreveu todas as nossas características físicas antes de nascermos: altura, voz, formação do corpo, metabolismo, pele, olhos, ouvidos, mãos, pés e inúmeras outras particularidades, até os menores detalhes. Elas são expressões do Seu amor e criatividade e fazem parte do Seu propósito para nós (ver Êx 4:10–11).
3. Gênero - Deus criou o homem e a mulher, fazendo uma distinção clara entre eles. Ele escolheu o nosso gênero, sabendo exatamente os planos que tem para cada um de nós. Quando desejamos ser do sexo oposto (em alguns casos), estamos impedindo a execução do plano de Deus para nossas vidas, pois foi como homem ou mulher que Ele nos criou (ver Gênesis 1:27 e Mateus 19:4–5).
4. Irmãos e Irmãs - Aceitar irmãos e irmãs envolve acolher suas personalidades, habilidades e talentos, assim como seus defeitos. Através dos relacionamentos e dos desafios que enfrentamos juntos, Deus desenvolverá qualidades de caráter em nossas vidas (ver Lucas 10:39–42). Se não tivermos irmãos biológicos, Deus usará outras formas para cultivar qualidades divinas em nossa vida e nos preparar para o futuro. Como filho único, a solidão pode ser uma oportunidade para aprofundar nossa caminhada com Deus e aplicar o que aprendemos na vida de outras pessoas.
5. Ordem de Nascimento - As características, tendências e necessidades especiais estão diretamente relacionadas à ordem do nosso nascimento. Ao aceitar e compreender essas características, seremos mais capazes de aprender e interagir com nossos irmãos, vendo-nos como uma equipe com dons complementares, evitando a rivalidade destrutiva e o ressentimento que muitas vezes surgem nas famílias (ver Gênesis 25:29–34; Lucas 15:29).
6. Etnia (raça) - Cada grupo étnico possui uma cultura e características únicas, mas o que chamamos de 'raças' é, na verdade, uma única 'raça' descendente dos mesmos pais (Adão e Eva). Rejeitar nossa origem étnica e ancestral pode gerar atitudes prejudiciais de inferioridade ou superioridade. Aceitar nossa herança nos ajudará a ver os outros como obras especiais, projetadas por Deus (ver Romanos 10:12 e Gálatas 3:28–29).
7. Local de Origem - O lugar de onde viemos, seja ele nacional ou regional, traz consigo tanto benefícios quanto limitações. Mesmo quando nossa terra natal ou local de nascimento pode parecer inferior a outros, podemos aprender a superar esses desafios à medida que amadurecemos em Cristo. Um grande exemplo disso é a pequena cidade de Belém, em Judá, que, embora tenha sido o cenário de importantes acontecimentos bíblicos, era uma cidade desprezada por muitos na época. No entanto, foi nela que nasceu o Rei dos Reis, Jesus Cristo. Compreender e aceitar nosso local de origem pode nos proporcionar oportunidades especiais para buscar o Senhor na construção de relacionamentos (ver Tito 1:12–14; Hebreus 11:23–25; Daniel 1:19–20).
8. Período na História - Visto que Deus tem um propósito especial para nossas vidas, Ele nos trouxe ao mundo no momento exato da história para cumprir esse propósito. Desejar ter nascido em outra época ou não gostar da época em que estamos vivendo é rejeitar o plano de Deus para nossa existência neste momento específico da história. Mesmo que os tempos em que vivemos sejam difíceis, é muito mais importante cumprir o seu papel como luz de Deus em um mundo espiritualmente escuro (ver Ester 4:14; Mateus 5:14-15).
9. Habilidades - Deus nos criou com as aptidões e habilidades que Ele sabia serem mais adequadas para cumprir Seu propósito especial para cada um de nós. Comparar-nos com os outros pode ser tentador, mas devemos lembrar que somos únicos! As Escrituras ensinam: “Porque não ousamos nos classificar ou comparar com alguns que louvam a si mesmos. Mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam falta de entendimento.” (2 Coríntios 10:12).
Mesmo nas áreas carentes, Deus nos prova que é forte onde somos fracos (Ver 2 Coríntios 12:9). O Livro de Provérbios está repleto de incentivo para buscarmos sabedoria e entendimento por meio do conhecimento, que pode ser obtido através do estudo frequente da Palavra de Deus, da oração e da fé (Ver Provérbios 3:13–15, 4:7, 19:8; Tiago 1:5–6).
10. Envelhecimento e hora da morte - Provavelmente, Deus criou Adão e Eva para viverem eternamente, mas no dia em que pecaram, a maldição da morte foi imposta sobre eles e sobre o mundo inteiro, tanto a morte física quanto a espiritual. No momento em que pecaram, começou o processo da morte. Os sinais de envelhecimento são lembretes de Deus para que façamos bom uso do tempo de vida que Ele escolheu para nós. Podemos esperar pela eternidade em Sua companhia.
O envelhecimento deve nos motivar a investir na vida de outras pessoas, como filhos e netos, aconselhando-as e ensinando-as (ver Salmos 73:25–26; 90:1–17). Quando enfrentarmos desafios nessas áreas, devemos lembrar que Deus escolheu cada uma delas para nós por um motivo. Deus trabalha com as nossas áreas imutáveis para nos preparar para a vida e desenvolver o caráter de Cristo em nós.
Combatendo a comparação
As pessoas tendem a se avaliar com base nos padrões exteriores dos outros, na busca por sua aprovação. Se a nossa vida for marcada por coisas que nos fazem ser ridicularizados ou julgados, podemos nos sentir rejeitados, esconder nossos defeitos, nos conformar com modismos, nos tornar excessivamente críticos conosco mesmos, nos comparar com os outros, desenvolver medo do fracasso ou ficar excessivamente tímidos.
Aceitar o desígnio de Deus nos liberta desses padrões negativos de comparação e rejeição. Peçamos graça ao Senhor para aceitarmos o nosso desígnio e superarmos nossas fraquezas. À medida que Deus trabalha em nossa vida, Ele desenvolve em nós as qualidades interiores do caráter de Jesus Cristo, que são muito mais valiosas do que alcançar um padrão físico motivado pela nossa vaidade.
Crescendo na autoaceitação
Agora que entendemos que fomos feitos de maneira única e maravilhosa pelo nosso Criador, podemos crescer ao aceitar esses pontos imutáveis que Ele planejou propositalmente em nossas vidas. Deus deseja que venhamos a Ele para compartilhar o nosso coração com Ele (ver Jeremias 29:11–13). Ele conhece nossos pensamentos (ver Salmos 139:1–4). À medida que comungamos com Ele, crescemos ainda mais na aceitação de nós mesmos e aprendemos a aceitar tudo o que Deus criou para sermos.
Identifique as áreas que você gostaria de mudar
Existem detalhes em nossa aparência, habilidades, família ou herança social que gostaríamos de mudar. Vamos fazer uma lista desses detalhes e identificar as áreas que acreditamos que Deus gostaria que melhorássemos. Peçamos a Ele que nos capacite a fazer essas mudanças. E para as áreas que não podem ser mudadas, consideremos como Deus pode usá-las para o nosso crescimento na aceitação. Peçamos a Deus que nos mostre os poderosos benefícios das áreas que não podemos mudar.
Devemos agradecer a Deus pela maneira como Ele nos fez
Expressar gratidão pelo desígnio de Deus é um passo fundamental para abraçar a Sua obra em nossas vidas. Deus usará as áreas que não conseguimos mudar para incorporar em nós a mensagem que Ele deseja transmitir através de nossas vidas. Deus ainda tem mais trabalho a fazer! Esse é o panorama geral de Seu plano para nós, e Ele continuará a completar a boa obra que iniciou em nossa vida (ver Filipenses 1:6).
Conclusão
Quando Deus o criou, Ele começou uma boa obra em sua vida. Entregue-se a Ele agora, especialmente nas áreas que são difíceis de aceitar. Pela fé, convide Deus a continuar Sua boa obra em você e a cumprir Seus propósitos para sua vida (ver Romanos 8:28–29). À medida que você responde a Deus, Ele moldará seu caráter para refletir o caráter de Seu Filho, Jesus Cristo. Medite nas passagens das Escrituras que descrevem as qualidades que Deus deseja desenvolver em você, como Mateus 5:3–12, Gálatas 5:22–23 e 1Coríntios 13:4–8. Esteja atento às circunstâncias que Deus pode usar para desenvolver qualidades semelhantes às de Cristo em sua vida.
Graça e paz!
Garberson Alencar.
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