Neste artigo, veremos como cada um dos apóstolos se espalhou para ministrar e evangelizar, além de quantos deles morreram por sua fé.
Os 12 apóstolos escolhidos por Jesus
“Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.” (Mateus 10:2-4)
Matias substitui Judas
“Portanto, é necessário que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até o dia em que foi tirado do nosso meio e levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Então propuseram dois: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual dos dois escolheste para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se desviou, indo para o seu próprio lugar. Depois fizeram um sorteio, e a sorte caiu sobre Matias, que foi acrescentado ao grupo dos onze apóstolos.” (Atos 1:21-26)
Os apóstolos não eram o tipo de grupo que você esperaria que Jesus enviasse na missão de alcançar o mundo com a pregação do evangelho. Não havia nada de incrivelmente único ou espetacular neles; os doze apóstolos eram apenas trabalhadores comuns. No entanto, Jesus os formou como a coluna da igreja e lhes deu a tarefa mais extraordinária que se possa imaginar: chamar o mundo inteiro, incluindo o império mais poderoso, ao arrependimento e à fé no Cristo ressuscitado. Podemos ter certeza de que qualquer cidadão romano instruído do primeiro século teria rido de qualquer previsão de que, dentro de três séculos, a fé cristã se tornaria a fé oficial do mundo.
A Dispersão dos 12 Apóstolos
Aqui estão os respectivos locais missionários dos Apóstolos, conforme encontrados no Livro 3 de Eusébio de Cesareia:
Enquanto isso, os santos apóstolos e discípulos de nosso Salvador estavam dispersos pelo mundo. Segundo a tradição, a Pártia foi atribuída a Tomé como seu campo de trabalho, a Cítia a André e a Ásia a João, que, após viver lá algum tempo, morreu em Éfeso. Pedro parece ter pregado no Ponto, na Galácia, na Bitínia, na Capadócia e na Ásia aos judeus da dispersão. Finalmente, vindo para Roma, foi crucificado de cabeça para baixo, pois havia solicitado sofrer dessa maneira. E quanto a Paulo, que pregou o Evangelho de Cristo de Jerusalém ao Ilírico e, em seguida, sofreu o martírio em Roma sob o comando de Nero? Esses fatos são relatados por Orígenes no terceiro volume de seu livro intitulado “Comentário ao Gênesis”.
Muitos se perguntam como os 12 apóstolos morreram, pois o Novo Testamento fala do destino de apenas dois dos apóstolos: Judas, que traiu Jesus e depois saiu e se enforcou, e Tiago, filho de Zebedeu, que foi executado por Herodes Agripa por volta de 44 d.C. (Atos 12:2). Vejamos como cada um dos apóstolos se espalhou para ministrar e evangelizar e quantos deles morreram por sua fé.
Como morreram os doze apóstolos?
Há muitos relatos e lendas sobre os apóstolos, nem sempre confiáveis, mas é seguro afirmar que eles se espalharam como proclamadores e defensores da mensagem do evangelho de Cristo. Uma antiga lenda diz que lançaram sortes para dividir o mundo, determinando quem iria e para onde, para que todos pudessem ouvir sobre Jesus. Eles sofreram muito por sua fé e, na maioria dos casos, enfrentaram mortes violentas devido ao seu ousado testemunho e fé em Cristo.
Pedro e Paulo
Ambos foram martirizados em Roma por volta de 66 d.C., durante a perseguição do imperador Nero. Paulo foi decapitado, enquanto Pedro foi crucificado de cabeça para baixo a seu pedido, pois não se sentia digno de morrer da mesma maneira que seu Senhor.
André
Irmão de Pedro, pregou o evangelho em muitas nações. Foi para a “terra dos devoradores de homens”, que hoje corresponde à União Soviética, e os cristãos dessa região o reivindicam como o primeiro a levar o evangelho à sua terra. Ele também pregou na Ásia Menor, na atual Turquia, e na Grécia. Contudo, ao chegar a Edessa, foi capturado e, segundo a tradição, crucificado em uma cruz cujas extremidades inferiores foram fixadas transversalmente no chão.
Tomé
Conhecido como o discípulo incrédulo, pediu para tocar em Jesus para ter a certeza de sua ressurreição, conforme os relatos do Evangelho. Ele provavelmente esteve mais ativo na área a leste da Síria. A tradição diz que ele pregou em Parta, no extremo leste da Índia, onde os antigos cristãos de Meliapor o reverenciam como seu fundador. Afirmam que ele morreu atravessado por uma lança após ter provocado a ira dos sacerdotes pagãos.
Filipe
Nascido em Betsaida da Galiléia, trabalhou diligentemente na Ásia Setentrional. Contudo, foi em Cartago que possivelmente teve um ministério poderoso, atuando no Norte da África e na Ásia Menor, onde converteu a esposa de um procônsul romano. Em retaliação, o procônsul mandou prender Felipe, que foi açoitado, encarcerado e, posteriormente, cruelmente condenado à crucificação em Heliópolis, na Frígia, em 54 d.C.
Mateus
Cobrador de impostos e nascido em Nazaré, escreveu seu evangelho em hebraico, que mais tarde foi traduzido para o grego por Tiago, o Menor. Ele pregou o evangelho na Pérsia e na Etiópia. Existem várias versões sobre sua morte. Alguns relatos antigos afirmam que ele não foi martirizado, enquanto outros dizem que foi morto a facadas na Etiópia. O relato mais coerente indica que ele teria morrido em decorrência de um ferimento causado por uma alabarda (uma espécie de lança) na cidade de Nadabá, por volta do ano 60 d.C.
Bartolomeu
Segundo a tradição, Bartolomeu participou de grandes viagens missionárias. Acredita-se que ele tenha ido à Índia com Tomé, onde traduziu o evangelho de Mateus para a língua indiana e o propagou. Depois, retornou à Armênia, à Etiópia e ao sul da Arábia. Existem vários relatos de que ele foi cruelmente açoitado e crucificado por intolerantes idólatras.
Tiago Menor
Foi escolhido para supervisionar as igrejas de Jerusalém e é também o autor da epístola atribuída a ele no cânone sagrado. Aos 94 anos, foi espancado e apedrejado pelos judeus até ter seu crânio aberto por clavas.
Tiago Maior
De acordo com Lucas, em Atos dos Apóstolos, Tiago era filho de Zebedeu, irmão mais velho de João e parente de Jesus, pois sua mãe, Salomé, era prima de Maria. O historiador John Fox, em seu livro O Livro dos Mártires, relata que, assim que Herodes Agripa foi designado governador da Judeia, ele levantou uma intensa perseguição contra os cristãos, determinando que fossem mortos. Também não podemos deixar de mencionar o relato de Clemente de Alexandria, um eminente escritor primitivo. Quando Tiago estava sendo conduzido ao local de sua execução, seu acusador se arrependeu de sua conduta diante do apóstolo, prostrou-se aos seus pés, implorou perdão, confessou-se cristão e decidiu que Tiago não deveria morrer sozinho. Assim, ambos foram decapitados ao mesmo tempo.
Simão, o Zelote
Simão, também chamado de Zelote, foi um dos doze primeiros apóstolos de Jesus Cristo. Ele nasceu em Caná, na Galileia, e pregou o evangelho na Mauritânia, na África e até mesmo na Grã-Bretanha, onde foi crucificado após se recusar a sacrificar ao deus Sol.
Matias
Matias, o menos conhecido entre os discípulos, foi o apóstolo escolhido para substituir Judas, o traidor. Durante sua missão apostólica, Matias enfrentou duras perseguições, mas não desanimou e continuou a pregar o evangelho. A tradição diz que ele morreu apedrejado e, em seguida, foi decapitado em Colchis, Jerusalém.
Tadeu
Mais conhecido hoje como Judas Tadeu, ele iniciou a pregação do evangelho de Cristo no Cenáculo em Jerusalém, em meio às perseguições, e pela Galileia. Depois, viajou para a Samaria e outras comunidades judaicas, divulgando o Evangelho. Participou do primeiro Concílio de Jerusalém e, em seguida, seguiu para a Mesopotâmia, Arábia, Síria e Pérsia após a ressurreição de Jesus. Não se sabe ao certo como e quando sua missão terminou, mas muitos acreditam que a alabarda que aparece na imagem criada pela igreja romana pode ter alguma relação com sua morte. Sabe-se que sua morte foi decretada por sacerdotes pagãos, devido à sua recusa em prestar culto à deusa Diana.
João
Conhecido como “o discípulo amado”, era irmão de Tiago Maior e o único dos apóstolos a morrer de causas naturais, devido à velhice. Ele liderou a igreja na região de Éfeso e cuidou de Maria, a mãe de Jesus, em sua casa. Durante a perseguição de Domiciano, imperador romano, nos anos 90 d.C., João recebeu ordens de deixar Éfeso e ir para Roma, onde foi lançado em um caldeirão de óleo fervente. No entanto, por um milagre, escapou sem sofrer danos. Mais tarde, Domiciano o exilou na Ilha de Patmos, onde escreveu o último livro da Bíblia, o Apocalipse. Assim, João foi o único apóstolo a escapar de uma morte violenta.
Judas Iscariotes
O apóstolo responsável pela traição de Cristo. De acordo com relatos bíblicos, após entregar Jesus por 30 moedas de prata, Judas teria caído em si e percebido o erro que cometeu. Como já era tarde, seu arrependimento fez com que se enforcasse, colocando um fim em sua própria vida.
A influência dos apóstolos hoje
Os nomes dos apóstolos de Jesus se tornaram os mais comuns para homens no mundo ocidental. Quantas pessoas você conhece com os nomes João, Pedro, André, Tiago, Bartolomeu ou Filipe?
Pelo menos quatro dos apóstolos eram pescadores, o que pode ter contribuído para que um dos primeiros e mais proeminentes símbolos cristãos fosse o peixe.
Após a morte dos apóstolos, não surgiram figuras missionárias significativas ao nível de Paulo. No entanto, a fé continuou a se espalhar como um incêndio, apesar de o cristianismo ter sido declarado ilegal até o século IV, sob o imperador Constantino.
Graça e paz!
Garberson Alencar
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