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O uso do véu na Igreja de Corinto

Foto do escritor: PalavraViva.NetPalavraViva.Net

Atualizado: 1 de dez. de 2024


Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. (1Coríntios 11:5)

 

Atualmente, algumas denominações consideram o uso do véu na igreja uma obrigação divina. No entanto, neste estudo, buscaremos entender o verdadeiro significado do uso do véu na Igreja de Corinto.

 

No Novo Testamento, a palavra "véu" é mencionada diversas vezes, e seu significado pode variar conforme o contexto histórico e circunstancial. Neste estudo, explicaremos de maneira clara e acessível a passagem bíblica em que o Apóstolo Paulo orienta a Igreja de Corinto sobre o uso do véu.


Contexto histórico

 

Para compreender o uso do véu na Igreja de Corinto, é essencial conhecer um pouco sobre a cidade na época do Apóstolo Paulo. Na cidade, a uma altitude de aproximadamente 575 metros, foi erguida uma fortaleza chamada Acrocorinto. Nessa fortaleza, foi construído o templo dedicado à deusa Afrodite, amplamente conhecida na antiguidade. Afrodite era considerada pelos gregos do primeiro século a deusa do amor erótico, da sensualidade, da fertilidade e da beleza.



Segundo textos da época, havia cerca de mil sacerdotisas de Afrodite em Corinto, que eram prostitutas cultuais dedicadas à deusa. Elas prestavam culto a Afrodite oferecendo seus corpos aos homens da região e aos viajantes estrangeiros. Por meio dessa prática, arrecadavam dinheiro para seu sustento e para a manutenção do templo da deusa. Essas mulheres costumavam raspar ou cortar o cabelo, o que se tornou uma "marca registrada" delas na cidade, e todos em Corinto estavam bem cientes disso.

 

Para as mulheres daquela cidade, ter o cabelo curto ou raspado era considerado vergonhoso e um sinal de que se tratava de uma prostituta cultual, que atraía os homens dispostos a pagar para se relacionar com elas. Diante dessa cultura de prostituição e da presença de muitos homens dessa natureza em toda a cidade, as famílias gregas conservadoras, que não compactuavam com tal prática, sentiram a necessidade de adotar medidas para proteger as mulheres casadas e as solteiras respeitáveis. Assim, elas mantinham seus cabelos longos, como forma de se diferenciarem das prostitutas e preservar sua dignidade.

 

No entanto, muitas mulheres, incluindo as prostitutas cultuais que se converteram e abandonaram seus antigos modos de vida, ainda usavam o cabelo curto. Por isso, o uso de cabelos longos tornou-se também uma "marca registrada" entre as mulheres que queriam se proteger dos homens em busca de sexo com as prostitutas. Esse é o cenário predominante na cidade de Corinto no primeiro século. E é nesse contexto cultural que o Apóstolo Paulo escreveu suas cartas aos Coríntios.

 

Esse assunto é mencionado apenas uma vez na Bíblia. A interpretação do texto em questão pode ser um pouco complexa, pois a Bíblia não nos fornece muitos detalhes sobre o contexto (embora, para as mulheres atuais, a não obrigatoriedade do uso do véu seja algo claro e evidente). O uso do véu na igreja foi uma orientação específica para a comunidade cristã de Corinto, devido às questões culturais da época do Apóstolo Paulo. Como prova disso, não vemos o apóstolo orientar a nenhuma outra igreja sobre o uso do véu.

 

Essa orientação tinha o objetivo de preservar a integridade moral das mulheres cristãs de Corinto, diante dos olhares de todos que passavam pela cidade. Sendo uma cidade portuária e um ponto turístico, Corinto recebia pessoas de diversas culturas e crenças. Devido a esse contexto, o Apóstolo Paulo, preocupado com o bem-estar das mulheres, buscava evitar escândalos e "dores de cabeça", adotando um cuidado preventivo para com elas.

 

No entanto, o Apóstolo Paulo sabia que o uso do véu na Igreja de Corinto era uma medida que, com o tempo, chegaria ao fim. Hoje, cerca de dois mil anos depois, a cidade de Corinto está em ruínas, e as prostitutas dedicadas à deusa Afrodite não existem mais. O cabelo curto ou raspado já não é mais visto como um sinal de prostituição para o povo local.

 

Hoje, dependendo da cultura de uma determinada região, existem outros sinais que podem indicar que uma mulher é prostituta, como o modo de se vestir, um acessório ou até mesmo o comportamento. As culturas mudam ao longo do tempo, mas os princípios do Evangelho de Cristo permanecem imutáveis.

 

Conclusão

 

O uso do véu na Igreja de Corinto tinha um propósito cultural e prático para a época, com o objetivo de preservar a integridade das mulheres cristãs diante dos costumes e padrões da cidade. Essa prática era específica para Corinto e não se aplicava a outras igrejas da antiguidade, nem às igrejas nos dias de hoje. O contexto cultural e histórico deve ser considerado ao interpretar esses ensinamentos, lembrando que os princípios do Evangelho continuam a ser os verdadeiros guias para a vida cristã, independentemente das mudanças culturais ao longo do tempo.

 

Graça e paz!

Garberson Alencar.

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