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O uso do véu na Igreja de Corinto


Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. (1 Coríntios 11:5)


Existem nos dias de hoje denominações que tratam o uso do véu na igreja como uma obrigação divina. Neste estudo iremos compreender o real significado do uso do véu na Igreja de Corinto.


No novo testamento, a palavra “véu” é usada várias vezes. Dependendo do contexto histórico-circunstancial, essa palavra muda de significado. Neste estudo, explicaremos de forma simples e clara a passagem bíblica a qual o Apóstolo Paulo faz uma orientação quanto ao uso do véu à Igreja de Corinto.


Para que possamos compreender o uso do véu na Igreja de Corinto, primeiramente, precisamos conhecer um pouco sobre a Cidade nos dias do Apóstolo Paulo. Em um local da cidade com aproximadamente 575 metros de altitude, foi construída uma fortaleza chamada de Acrocorinto. Nessa fortaleza foi construído o templo da tão conhecida deusa Afrodite. Afrodite era considerada – pelos gregos do primeiro século – a deusa do amor erótico, da sensualidade, da fertilidade e da beleza.



Segundo textos da época, havia ali cerca de mil sacerdotisas de Afrodite, que eram prostitutas cultuais dessa deusa. Elas cultuavam a deusa através do oferecimento de seus corpos aos homens da região e aos viajantes estrangeiros. Com a prática de prostituição, elas arrecadavam dinheiro para os seus sustentos e para a manutenção do templo da deusa. Essas mulheres tinham o costume de raspar o cabelo ou deixa-lo curto, de modo que isso era a “marca registrada” delas na cidade. Todos naquela cidade sabiam bem disso.


Para uma mulher daquela cidade, ter o cabelo curto ou raspado era vergonhoso e era um atrativo para os homens que pagavam para se relacionarem com as prostitutas cultuais. Com essa cultura de prostituição e com os muitos homens desse tipo em toda a cidade, alguma medida precisou ser tomada pelas famílias gregas conservadoras, as quais não compactuavam com tal prática. Então, a fim de resguardarem as mulheres casadas e as solteiras que se davam o respeito, elas mantinham os seus cabelos longos para diferenciarem-se das prostitutas!


No entanto, havia muitas mulheres com o cabelo curto, inclusive as prostitutas cultuais que se converteram dos seus modos desonrosos de viver. Então, o uso dos cabelos longos também se tornou uma “marca registrada” entre as mulheres que queriam se proteger dos homens que procuravam intensamente pelo sexo das prostitutas. É basicamente esse o cenário da cidade de Corinto do primeiro século. É nesse contexto que o Apóstolo Paulo escreveu as suas cartas aos Coríntios.


Esse assunto é mencionado apenas uma vez na bíblia. A interpretação do texto em questão é um pouco complexa, pois, a bíblia não nos dar muitos detalhes (apesar da não obrigatoriedade do uso do véu pelas mulheres atuais, ser algo claro e óbvio). O uso do véu na Igreja foi direcionado apenas à comunidade cristã de Corinto, por questões culturais nos dias do apostolo Paulo.


Essa orientação, tinha por objetivo preservar a integridade moral das mulheres cristãs daquela cidade, perante todos os olhares que passavam por Corinto, pois, por ser uma cidade portuária, era uma cidade turística onde passavam muitas pessoas de diversas culturas e credos. Devido ao seu cuidado preventivo para com as mulheres, ele não queria “dores de cabeça” e queria, ao máximo, evitar escândalos.


No entanto, ele sabia que o uso do véu na Igreja de Corinto era uma medida que se acabaria com o tempo. Hoje, cerca de dois mil anos depois, a cidade de Corinto está em ruínas; já não existe mais as prostitutas da deusa Afrodite. O cabelo curto ou raspado não representa mais um marca de prostituição para o povo local.


Hoje, dependendo da cultura de um determinado local do mundo, temos outros sinais que são considerados como um sinal de que uma mulher é prostituta, o modo de se vestir, um acessório, ou até mesmo o próprio comportamento. Culturas vem e vão, porém os princípios do Evangelho de Cristo permanecem para sempre.

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