Quem foi Paulo de Tarso?
Há pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo. Seu nome original era Saulo, um dos líderes da primeira geração de Cristãos, muitas vezes considerado a pessoa mais importante depois de Jesus para história do Cristianismo.
Paulo era judeu, nascido no ano 4 a.C. em Tarso, na Cilícia; no sudeste da Ásia Menor (agora Turquia) (Atos 9:11; Atos 22:3; Filipenses 3:5), herdou desde o nascimento o título de cidadão romano (Atos 16:37; Atos 22:26-28) e cresceu falando, lendo e escrevendo grego e hebraico fluentemente (Atos 21:37; Atos 21:40). Paulo se converteu após um encontro com o Cristo ressurreto. Depois de algum tempo pregando o Evangelho da Graça, Paulo foi aprisionado em Roma onde acabou sendo executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18).
A influência grega na sua educação deu-lhe a capacidade de pensar de forma clara e sistemática, e a influência hebraica ajudou a criar nele um carácter de retidão moral (Filipenses 3:6), ligando-o às três grandes influências do mundo antigo - a religião da Palestina, a língua e cultura da Grécia e o governo de Roma.
Ouvimos pouco sobre seus pais; o filho de uma irmã o ajudou em determinado momento. Todos os indícios sugerem que ele tenha sido criado em um lar religioso. Ele fala de si mesmo como "Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;” (Filipenses 3:5); e esses termos mostram um ambiente extremamente judaico. Mesmo assim, ele não nasceu na terra dos judeus, mas no território dos pagãos.
A Cilícia não ficava distante da Palestina; mas qualquer país pagão era considerado “distante”, não pela localização. Mesmo assim, de alguma forma, ele se orgulhava do local onde nascera, considerando-o como uma “cidade nada desprezível” (Atos 21:39). Estava situado no sopé das colinas da Cilícia; era um local de comércio cosmopolita; e era uma cidade universitária - o mesmo lugar onde deveria nascer o homem cujo destino seria derrubar a "parede de separação que estava no meio" (Efésios 2:14) e tornar-se o Apóstolo dos Gentios.
Havia várias maneiras pelas quais a cidadania romana poderia ser adquirida, e não se sabe por qual delas Paulo a conseguiu; mas ele “nasceu livre” (Atos 22:28). Mesmo para um menino judeu de natureza sensível, isso transmitiria uma certa autoconsciência; mas isso teria enormes consequências em sua carreira subsequente, provavelmente até salvando sua vida.
Na juventude, Paulo aprendeu o ofício de fazer tendas, sendo uma peculiaridade na indústria da Cilícia, onde se fabricava em grande escala um pano grosso muito usado na fabricação de tendas. O ofício de fazer tendas supõe que ele pertencia à classe mais baixa da população. Mas por outro lado, entre os judeus era costume naquela época os filhos dos ricos adquirirem habilidade em alguma arte manual, como uma maneira de não se acomodarem por causa da fortuna; e, consequentemente, essa arte permitiu-lhe ganhar o pão com o trabalho das suas mãos, quando não era conveniente aceitar o apoio daqueles a quem pregava o evangelho.
Ramsay acumulou evidências suficientes para provar que a família de Paulo tinha recursos e posição social, e que, mais tarde, Paulo teria uma herança, pela qual custearia as despesas de seus julgamentos perante os tribunais romanos (Paul the traveler and the Roman citizen, pg. 311 em diante). A maior evidência da influência de Paulo era o fato de ele ser membro do Sinédrio, isso é mostrado na sua declaração em Atos 26:10, quando os seguidores de Jesus eram condenados à morte, ele dava o "voto" contra eles.
Segundo a tradição, os membros do Sinédrio deviam ser homens casados, acredita-se que ele tenha sido casado na juventude, e que a sua esposa deve ter morrido cedo, pois não há nenhum indício de uma esposa nos registros de sua vida.
Tarso ficava relativamente próximo a Jerusalém, e quando menino, Paulo pode ter sido levado por seus pais a uma das festas anuais. Não deve ter passado muito tempo para que o enviassem para residir no local e aprender a ser rabino. Juntamente com outros candidatos ao mesmo cargo, ele sentou-se “aos pés de Gamaliel” (Atos 22:3), ao lado da clemência e do bom senso. Mas, seja o que for que Paulo possa ter aprendido com este mestre em Israel, ele não copiou o seu carácter; pois a primeira coisa que ouvimos dele após o término de sua educação foi a perseguição aos cristãos.
Provavelmente, Jesus e Paulo pisavam em solo palestino ao mesmo tempo; talvez até cruzaram o caminho um do outro. Embora muitos estudiosos tentam provar isso, argumenta-se, que no caminho para Damasco Paulo poderia não ter reconhecido Jesus, e teve que perguntar: "Quem és, Senhor?" (Atos 9:5), e foi somente através da voz que ele percebeu quem estava falando. Em 1 Coríntios 9:1 Paulo diz: “Não vi Jesus, nosso Senhor?”.
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Garberson Alencar
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