top of page

Por que algumas pessoas não celebram o Natal?

Foto do escritor: Garberson AlencarGarberson Alencar

Após uma extensa pesquisa sobre a celebração do Natal e sua origem, especialmente em relação ao dia 25 de dezembro, percebi que a Bíblia não ensina nada sobre essa celebração, muito menos sobre a escolha dessa data específica. Descobri também que suas origens têm raízes no paganismo. Confesso que essa pesquisa foi um divisor de águas para mim, revelando aspectos que eu acreditava serem verdadeiros, mas que, ao ser confrontado com as verdades bíblicas e com informações históricas de fontes confiáveis, entendi que tudo isso não passa de uma tradição religiosa pagã.

 

O Natal é comemorado no mundo inteiro. Cerca de dois bilhões de cristãos celebram o Natal em 25 de dezembro, acreditando que essa data marca o aniversário de Cristo e é comemorada em Sua honra. Além disso, pelo menos duzentos milhões de cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo em outras datas. No entanto, existem pessoas que optam por não comemorar o Natal. Afinal, será possível que aproximadamente dois bilhões de cristãos professos estejam errados? Neste artigo, explorarei essa questão e muitos outros aspectos relacionados.

 

Muitos daqueles que não celebram o Natal provavelmente pertencem a religiões não cristãs, como o judaísmo, hinduísmo ou xintoísmo. Outros, como ateus, agnósticos, livre-pensadores ou humanistas seculares, veem a história do nascimento de Cristo como um mito. No entanto, por incrível que pareça, muitos cristãos também rejeitam as tradições natalinas e optam por não comemorar o Natal, acreditando que Jesus nunca instituiu essa celebração.

 

O fato de dois bilhões de pessoas — católicos e protestantes — celebrarem o Natal torna isso algo correto? Será que comemorar ou não esse dia tem alguma importância?

 

Neste artigo, farei uma breve análise sobre a celebração do Natal, para que possamos, juntos, refletir sobre os fatos. Particularmente, não acredito que seja um pecado — ou mesmo um erro — reservar um dia do ano para comemorar o nascimento de Jesus Cristo, desde que não seja no dia 25 de dezembro e da forma como essa data é tradicionalmente celebrada. Mais adiante, explicarei o porquê.

 

Por que tantas pessoas celebram esse feriado?

 

Se alguém lhe perguntasse por que você celebra o Natal, como você reagiria? Com certeza, muitos responderiam que o Natal celebra o aniversário de Jesus. Outros veem o Natal como uma excelente oportunidade para reunir a família. Muitos simplesmente o comemoram porque sempre o fizeram assim.

 

O Natal pode parecer irresistível aos olhos e ouvidos. Nessa época, as pessoas parecem mais felizes, generosas e animadas. Luzes cintilantes decoram muitas casas, e o Papai Noel, com suas renas, é retratado na frente das casas ou em telhados cobertos de neve no hemisfério norte — onde é comum o clima frio — enquanto no hemisfério sul, onde não há neve em dezembro, a cena assume um tom diferente. O cenário colorido e a magia do Natal podem ser inebriantes e contagiar a todos.

 

Vemos pessoas lotando as lojas em busca de presentes bons e baratos durante essa época. Canções de Natal, como "Jingle Bells", "Bate o Sino", "Noite Feliz", "Quero Ver", "Então é Natal", entre outras, ressoam por todos os cantos.

 

As árvores de Natal, com suas luzes cintilantes e ornamentos brilhantes, criam um ambiente místico e encantador. Famílias inteiras desejam vivenciar esse clima especial que só acontece nessa época do ano. Não há outro feriado religioso como este para todos aqueles que o celebram.

 

Jesus realmente nasceu em 25 de dezembro?

 

Pare e se pergunte: Cristo realmente nasceu em 25 de dezembro? Afinal, em nenhum lugar a Bíblia menciona o dia exato de Seu nascimento; ela indica apenas o mês em que Ele nasceu.

 

Ao fazer uma exegese detalhada dos textos bíblicos, podemos encontrar evidências que sugerem que Jesus não nasceu em dezembro, mas na primeira quinzena do mês de outubro, ou seja, em algum dos primeiros quinze dias desse mês. Isso é respaldado pela própria Bíblia. Abordarei esse assunto com mais profundidade posteriormente, para que este artigo não se torne excessivamente extenso.

 

Os escritos históricos seculares mais confiáveis nos informam que, mais de duzentos anos após a morte de Jesus, o Natal foi considerado pecaminoso: "Por volta de 245 d.C., o teólogo Orígenes... repudiou, considerando pecaminosa, a própria ideia de comemorar o nascimento de Cristo" (Enciclopédia Britânica, 11ª edição, 1910, vol. 6, p. 293, "Natal").

 

Em 354 d.C., um cronista latino fez uma menção ao Natal, mas não o descreveu como um festival já estabelecido (ibid.).

 

Certamente, Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro; isso é um fato incontestável, pois a Bíblia não oferece qualquer evidência de que essa data corresponda ao Seu nascimento. Na verdade, o registro bíblico aponta fortemente para o fato de que Jesus não nasceu nessa época.

 

Por exemplo, Lucas nos diz que os pastores estavam cuidando de suas ovelhas no campo à noite quando Jesus nasceu. “Então Maria deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou o menino e o deitou numa manjedoura... Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam os seus rebanhos durante as vigílias da noite.” (Lucas 2:7-8).

 

Portanto, a estação fria e chuvosa na Judeia ocorre no fim de dezembro. Nessa época, seria impossível que os pastores deixassem seus rebanhos em campo aberto próximo a Belém em uma noite fria de dezembro. Normalmente, durante essa época do ano, os animais eram mantidos em abrigos durante a noite, para se proteger do frio até que o inverno passasse. Por isso, nenhum pastor deixaria suas ovelhas ao relento nesse período, pois as chuvas gélidas e a neve são comuns naquela região.

 

“O clima da Palestina não é tão severo quanto o clima de outros países que nevam; mas mesmo ali, embora o calor do dia seja considerável, o frio da noite, de dezembro a fevereiro, é muito intenso, e não era costume dos pastores da Judéia cuidar de seus rebanhos em campo aberto depois do fim de outubro” (Alexander Hislop, As Duas Babilônias, 1959, p. 91).

 

Lucas também nos diz que Jesus nasceu durante um censo ordenado pelo imperador romano (Lucas 2:1-3). Os romanos eram administradores habilidosos e certamente não teriam ordenado que as pessoas viajassem para se registrar em uma época do ano em que as estradas estivessem em condições perigosas para a viagem. Uma medida desse tipo teria sido autodestrutiva e extremamente desafiadora.

 

A crença de que Jesus nasceu em 25 de dezembro simplesmente não tem base histórica, muito menos bíblica, apesar de milhões de pessoas aceitarem isso sem questionar. Como disse o famoso escritor Anatole France: "Mesmo que cinquenta milhões de pessoas acreditem em uma coisa insensata, essa coisa continua sendo insensata."

 

O Natal realmente honra a Cristo?

 

Se o feriado de Natal é uma celebração importante para honrar o nascimento de Jesus Cristo, por que ele não é mencionado em nenhuma parte da Bíblia? Por que Cristo não instruiu os doze apóstolos a celebrar o Natal? E por que eles não instituíram ou ensinaram essa celebração à Igreja primitiva?

 

Antes de responder, considere que Jesus concedeu grande autoridade aos Seus doze apóstolos, assegurando-lhes que ocupariam posições de grande importância e responsabilidade em Seu Reino (Mateus 18:18; 19:28; Lucas 22:29-30). Como Jesus nunca ensinou Seus apóstolos a comemorar o Natal, e nem eles o ensinaram à Igreja, apesar de terem tido anos para fazê-lo, não seria razoável questionar se Jesus realmente concorda ou aprecia o Natal?

 

Então, como o Natal se tornou uma prática tão difundida, se não foi ordenado na Bíblia, se Cristo não o celebrou, nem ensinou aos Seus discípulos, e se a Igreja primitiva também não o comemorava?

 

Eu, particularmente, não sou contra comemorar o nascimento de Cristo, desde que não seja na data de 25 de dezembro, nem da maneira como é tradicionalmente celebrado. No entanto, supor que seja errado separar um dia do ano para comemorar o nascimento de Cristo, para falar sobre Seu amor e salvação — que é primordial — talvez seja um pouco de extremismo da nossa parte.

 

A verdadeira origem do Natal

 

Acredito que poucas pessoas já se perguntaram o que os principais símbolos do Natal — Papai Noel, renas, árvores decoradas, azevinho, visco e outros — têm a ver com o nascimento de Jesus Cristo. No Brasil, ninguém nunca questionou por que as decorações seguem o tema de inverno do hemisfério norte, mesmo estando no verão do hemisfério sul. Os símbolos pascais não são diferentes.

 

O fato é que todos esses enfeites têm origem em antigos festivais pagãos, e qualquer pessoa pode verificar isso em livros e enciclopédias. A data de 25 de dezembro, tradicionalmente celebrada como o Natal, tem raízes em diversas tradições e festivais antigos. Uma das influências mais importantes vem da festa dedicada ao deus Mitra, o antigo deus do sol, uma divindade do mitraísmo, uma religião misteriosa que foi popular no Império Romano entre os séculos I e IV d.C.

 

O dia 25 de dezembro foi escolhido pela Igreja Romana como a data para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, mas essa escolha não tem base bíblica. Na verdade, o nascimento de Jesus não é datado nos Evangelhos, e o 25 de dezembro foi escolhido para coincidir com festivais e celebrações pagãs que ocorriam por volta dessa época.

 

O festival de Mitra o deus do sol

 

O deus Mitra era um deus persa, e seu culto se espalhou pelo Império Romano, especialmente entre os soldados. Mitra era associado com o sol, com a luz e com a luta contra as forças do mal. Uma das festas mais importantes no mitraísmo era o "Sol Invictus" (o "Sol Invencível"), que celebrava o retorno do sol após o solstício de inverno.

 

Solstício de inverno e o Sol Invictus: O solstício de inverno ocorre por volta de 21 ou 22 de dezembro no hemisfério norte, e marca o dia mais curto do ano. Após essa data, os dias começam a ficar mais longos, simbolizando o retorno da luz. No calendário romano, o dia 25 de dezembro foi adotado como o dia do "Sol Invictus", uma celebração do renascimento do sol.

 

Mitra e o Sol: De acordo com o mitraísmo, Mitra, como deus solar, tinha uma forte conexão com a luz e o sol. O festival de Mitra no dia 25 de dezembro celebrava o "renascimento" do sol, refletindo a esperança de que a luz do sol, que havia diminuído durante o inverno, retornaria em sua força total.

 

A adaptação cristã

 

Quando o cristianismo começou a se espalhar pelo Império Romano, especialmente sob o imperador Constantino, as autoridades e líderes cristãos romanos da época escolheram o 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus para coincidir com essas festividades pagãs do sol. Ao fazer isso, a Igreja romana buscava uma maneira de facilitar a aceitação do cristianismo entre os romanos que já estavam acostumados a essas celebrações solares.

 

Embora o culto de Mitra tenha desaparecido com o tempo, a data de 25 de dezembro continuou sendo associada ao sol e à luz, elementos que foram adaptados à celebração do nascimento de Jesus, o "Sol da Justiça" na teologia cristã romana, e posteriormente adotado pelos protestantes.

 

Outras influências

 

Além de Mitra, a data de 25 de dezembro também coincide com outros festivais romanos, como as Saturnálias, um festival dedicado ao deus Saturno, que acontecia em dezembro. Durante as Saturnálias, havia grandes festas, troca de presentes e uma inversão de papéis sociais, onde os escravos podiam até ser tratados como iguais. Alguns desses costumes também foram absorvidos nas celebrações do Natal cristão.

 

No entanto, Jesus nunca instruiu Seus seguidores a celebrarem o Natal, especialmente no dia 25 de dezembro. Pelo contrário, Ele nos advertiu a não adotar falsas doutrinas religiosas criadas pelo homem: “E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos.” (Marcos 7:7).

 

A verdade é que o Natal, assim como outros feriados religiosos antibíblicos derivados da prática religiosa pagã, constitui uma adoração vã, inútil e muito perigosa.

 

A Enciclopédia Católica indica que a celebração do Natal tem origem em um antigo festival realizado no solstício de inverno. Curiosamente, Orígenes, mencionado acima, apesar de ter vivido na era primitiva (182-251), nunca fez menção a essa data (A Nova Enciclopédia Católica, 1967, Vol. 3, e "O Ciclo do Natal"; A Enciclopédia Católica, 1913, Vol. 3, "Natal").

 

Tertuliano, também teólogo que viveu aproximadamente na mesma época (155-230), fez referência aos cristãos que estavam começando a se envolver na celebração do festival de inverno pagão do Império Romano, o qual acabou evoluindo para o que agora conhecemos como Natal. Ele disse:

 

"Na Saturnália, nas festas de janeiro, na Brumália e na Matronália; os presentes vão de um lado para outro, o dia do Ano Novo é celebrado com estrondos e comemorado com banquetes barulhentos; oh, como os gentios são fiéis à sua religião, pois tomam um cuidado especial para não aceitar nenhuma solenidade dos cristãos" (Tertuliano, De Idolatria, citado por Alexander Hislop, p. 93).

 

Com o tempo, esses líderes religiosos deram um tom solene a esse feriado pré-cristão, chamando-o de Missa de Cristo, de onde deriva o nome em inglês "Christmas" (que, em português, significa o Dia de Natal).

 

Uma questão de decisão

 

O propósito deste estudo é compartilhar com você a verdade transformadora de Jesus Cristo. Um verdadeiro cristão não pode escolher o que vai obedecer, mas sim decidir se vai ou não obedecer à verdade de Deus.

 

Tenho me dedicado incansavelmente à busca de conteúdos provenientes de fontes confiáveis, dia e noite, para publicar a pura verdade de Deus. No entanto, as pessoas que leem essas verdades precisam decidir o que fazer com elas: se vão levá-las a sério ou não.

 

O chamado que recebi de Deus é para compartilhar com todos a Sua verdade. Esperamos que a verdade sobre o Natal possa ajudá-lo a começar a trilhar o caminho da verdadeira felicidade e a compreender o propósito de Deus para a sua vida.

 

A história mostra que o Natal não representa verdadeiramente a Cristo. Na verdade, ele distorce o ensino bíblico correto e se opõe à verdade de Deus. Deus deseja que O adoremos em espírito e em verdade (João 4:23-24), e não por meio de fábulas.

 

Em Deuteronômio 12:28-32, Deus ordenou ao Seu povo que O adorasse apenas da maneira que Ele havia determinado, dizendo: “Tudo o que eu lhes ordeno, vocês devem observar; não acrescentem nem diminuam nada.” Ele ordenou explicitamente que não imitassem nem adotassem as práticas religiosas dos pagãos, chamando tais práticas de "abomináveis" e dizendo que Ele as odeia.

 

Portanto, centenas de milhões de homens, mulheres e crianças celebram o Natal sem saber ou se importar com a sua origem. Eles acreditam que, se dois bilhões de cristãos o celebram, não podem estar errados, ou pensam que não importa como adoramos a Deus, desde que nossas intenções sejam boas. Mas por que acreditamos que estamos honrando e agradando a Deus ao adorá-Lo de maneira contrária aos Seus mandamentos?

 

Questões essenciais que apenas você pode responder

 

1. Esta é uma questão crucial: Será que nos preocupamos mais com o que as pessoas pensam do que com o que Deus exige? Além disso, algum ser humano pode nos dar a salvação? Se obedecer à verdade divina é determinante para nossa salvação, então por que colocamos os homens acima de Deus?

 

2. Jesus Cristo disse aos religiosos que pareciam ser piedosos, mas negavam o poder de Seu verdadeiro ensinamento: “Por que vocês me chamam 'Senhor, Senhor!' e não fazem o que eu mando?” (Lucas 6:46; comparar Mateus 7:21).

 

Sabendo que Jesus Cristo não instituiu o Natal, por que um cristão zeloso o comemoraria? Refiro-me tanto à data quanto à forma como é celebrado.

 

Seguir os passos de Jesus neste mundo não é fácil, mas é muito melhor e mais gratificante do que seguir os caminhos inúteis do mundo.

 

Deus nos diz: “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1João 2:15-17).

 

Conclusão

 

A celebração do Natal, tal como é amplamente praticada, não encontra respaldo nas Escrituras e se desvia dos ensinamentos de Deus e de Jesus Cristo. Embora muitos a considerem uma tradição inofensiva, é importante refletirmos sobre as origens e o verdadeiro significado de nossas ações diante de Deus.

 

Como cristãos, somos chamados a seguir a verdade revelada nas Escrituras e a adorar a Deus conforme Ele ordena, não de acordo com práticas humanas ou tradições que podem desviar-nos de Sua vontade. Que possamos sempre buscar a verdade e a fidelidade a Deus em tudo o que fazemos, priorizando Sua vontade sobre as influências do mundo.

 

Graça e paz!

Garberson Alencar

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Forum.jpg

Fique por dentro

Inscreva-se e receba informativos

Obrigado(a)!

Palavra Viva2.png

© 2023 por Palavra Viva Estudos Bíblicos. Todos os direitos reservados.

bottom of page